Cientistas adicionam letras artificiais ao código genético do DNA
Eles indicaram ter modificado uma bactéria para que ela incorporasse e replicasse dois ingredientes de DNA que não são encontrados na natureza.
De acordo com eles, o experimento foi concebido para mostrar que o alfabeto do DNA, que existe há centenas de milhões de anos, pode ser expandido por intervenção humana.
Este seria o primeiro passo de um caminho mais longo que pode levar à produção de remédios revolucionários e inovações na nanotecnologia.
O ácido desoxirribonucleico (DNA) é o conjunto de instruções hereditárias que geram e sustentam a vida.
Situada no coração da célula, esta longa molécula contém uma dupla hélice na forma de um zíper torcido. Seus 'dentes' são formados por milhões das chamadas letras de pares de base, ou seja, elementos químicos que se ligam uns aos outros.
A adenina se une à timina para criar o par de base A-T, enquanto a citosina se liga à guanina para formar o par de base C-G.
O novo trabalho, publicado na revista científica "Nature", adiciona à dupla hélice um terceiro par de base, produzido pelo homem.
No entanto, as inclusões só sobrevivem com ajuda externa e são removidas do genoma uma vez que esta sustentação é removida.
"A vida na Terra, em toda a sua diversidade, é codificada por apenas dois pares de base de DNA, A-T e C-G", afirmou Floyd Romesberg, do Instituto de Pesquisas Scripps, em La Jolla, Califórnia.
"O que produzimos é um organismo que, de forma estável, compreende aqueles dois, mais um terceiro par de bases não natural", prosseguiu.
Os nucletídeos são representados nessa ilustração como cada uma das "bolinhas" na dupla hélice do DNA. (Foto: Pasieka / APA / SPL / AFP Photo)Pares de bases do DNA se ligam uns aos outros, formando uma espiral.(Foto: Pasieka / APA / SPL / AFP Photo)
O novo par
Cientistas trabalharam por quase duas