CIENTIFICIDADE DO SERVI O SOCIAL
A atitude investigativa no trabalho do assistente social
Cristina Kologeski Fraga
Assistente Social, mestre e doutora em Serviço Social (PUC-RS). Atualmente é professora adjunta do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Pampa - Unipampa/Campus São Borja/RS - Brasil. E-mail:ckfraga@hotmail.com
RESUMO
O artigo trata da atitude investigativa no trabalho do assistente social - AS. Para tanto, discorre sobre os componentes do trabalho do AS, dando visibilidade às suas competências e especificidades. Na sequência, discute a atitude investigativa no exercício profissional. Propõe que, além da articulação entre investigação/ação no cotidiano de trabalho, torna-se fundamental uma atitude interdisciplinar. Finalmente, sugere o trabalho do assistente social envolto numa equação tensionada pelo pragmatismo - atitude investigativa, mediada pela intervenção, que só adquire alcance social quando pautada pela interdisciplinaridade.
Palavras-chave: Atitude investigativa. Pesquisa. Intervenção. Interdisciplinaridade.
1. Considerações introdutórias
É voz corrente entre os profissionais da área e de outros setores que o Serviço Social - SS é uma profissão essencialmente interventiva. A partir dessa noção convencionou-se caracterizar o Serviço Social como uma profissão de intervenção na realidade social, e o assistente social - AS -, profissional da área, seria, então, aquele profissional imerso no pragmatismo,1 habilitado para intervir nas diferentes manifestações da questão social. O objetivo deste artigo é problematizar e desconstruir essa visão pragmática acerca do trabalho do assistente social com vistas a resgatar sua dimensão investigativa. Parte-se da premissa de que o exercício profissional do assistente social exige uma atitude investigativa constante para que não se torne meramente pragmática, sem intencionalidade e clareza de finalidade.
Tal assertiva remete, necessariamente, às inquietações