Ciencias
a percepção da resistência à inclusão da discussão sobre relações étnico-raciais e história e cultura afro-brasileira no interior das escolas da Rede
Municipal de Ensino do Recife instigaram-nos a buscar respostas sobre os elementos motivadores do silenciamento da escola sobre as relações étnico-raciais na contemporaneidade2 . Por esse caminho nos deparamos com as possibilidades e limites do processo de discussão e implementação da Lei nº 10.639/03 na Secretaria de Educação, Esporte e Lazer do Recife. Tais estudos tomaram amplitude durante a investigação realizada para a construção da nossa dissertação de mestrado que versa sobre o processo de construção da identidade de professoras negras e seu efeito na emergência de práticas curriculares de enfrentamento do racismo no espaço escolar3 , cujos sujeitos foram professoras da referida Rede de Ensino.
A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer do Recife, instituição composta por oito diretorias gerenciais, dispondo na atualidade de 214 escolas, 58 creches,
19 escolas profissionalizantes, 119 escolas conveniadas e 25 creches conveniadas e atendendo a mais de 144 mil estudantes4 , costuma homenagear anualmente uma personalidade pernambucana. No ano letivo de 2004, homenageou Dona Santa.
Reconhecida yalorixá recifense, falecida em 1962 que foi rainha do maracatu de baque virado mais antigo do Estado, o Maracatu Elefante, fundado há mais de cem anos. O calendário escolar e o caderno de textos produzidos para orientar professoras e professores sobre o processo de avaliação na organização da aprendizagem em ciclos5 traziam naquele ano uma imagem da Yalorixá. Entretanto, não traz referência sobre a abordagem da história e cultura afro-brasileira, nem