Ciencias politicas
Na lacedemônia, uma aristocracia monarcal (não um governo representativo). Gauleses: teocráticos guerreiros. Em Roma: tribunos tinham até certo ponto uma missão representativa, mas o povo exercia diretamente grande parte dos direitos políticos.
Governo representativo é invenção dos modernos: a condição da antiguidade não permitiria um governo de tal natureza – a organização social dos antigos os levava a desejar uma liberdade bem diferente da assegurada pelo governo representativo.
Liberdade, para um moderno francês, inglês ou americano: direito de não se submeter senão às leis: influir sobre a administração dos governos. Já para os antigos, consistia em exercer coletiva e diretamente várias partes da soberania inteira, deliberar em praça pública (consentiam com a submissão do indivíduo a vontade do todo): “ações privadas sujeitas a severa vigilância. Nada é concedido à independência individual, nem mesmo o que se refere à religião” (p.11). Autoridade do corpo social se impunha aos indivíduos no que hoje nos parece mais insignificante – leis regulamentavam o costume, como tudo era costume, não havia nada que as leis não regulamentassem.
Entre os antigos: indivíduo, quase sempre soberano nas questões públicas, é escravo em todos os seus assuntos privados (delibera sobre a guerra e a paz, mas é limitado e reprimido como particular). Entre os modernos o contrário: independente na vida privada, e, mesmo nos estados mais livres, só é soberano em aparência.
Há uma república na antiguidade em que a escravização do indivíduo ao coletivo não é tão completa como acima: