Ciencias biologicas
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NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS NATIVAS DO CERRADO1
M. HARIDASAN2
Departamento de Ecologia, Universidade de Brasília INTRODUÇÃO Esta apresentação inclui uma breve revisão das informações disponíveis no momento sobre alguns aspectos de nutrição mineral de plantas nativas do cerrado, baseada principalmente nas pesquisas nos últimos vinte anos. Estão abordadas a questão de deficiência nutricional dos ecossistemas do cerrado e a questão de acumulação de alumínio em plantas nativas do cerrado, áreas da minha pesquisa. Não tentei incluir uma revisão completa dos trabalhos clássicos anteriores a 80. Tenho certeza de que muitos trabalhos, especialmente das pesquisas de alunos de pósgraduação, ainda não publicados em revistas técnicas, e que estão disponíveis só nas dissertações ou teses nas universidades onde foram realizadas as pesquisas, poderiam enriquecer esta discussão. Deficiência de nutrientes no cerrado sensu stricto Várias formas fisionômicas de vegetação nativa ocorrem no Planalto Central brasileiro: cerradão, cerrado sensu stricto, campo sujo, campo limpo, mata de galeria e matas decíduas. Fatores edáficos como profundidade efetiva, presença de concreções no perfil, proximidade à superfície do lençol freático, drenagem e fertilidade são fatores determinantes dessas fitofisionomias. Além das variações na fisionomia, ocorrem variações na composição florística, fitossociologia e produtividade desses ecossistemas naturais, devido às variações na fertilidade e nas características físicas dos solos. As diferentes hipóteses clássicas sobre deficiência nutricional nos ecossistemas do cerrado foram baseadas no fato de que os solos nativos apresentam baixa fertilidade, conforme critérios utilizados geralmente na agronomia (Lopes e Cox, 1977). De modo geral, a maioria dos solos sob cerrado sensu stricto ou cerradão foram (não existem as formas originais em muitos locais!) latossolos distróficos com alta saturação de Al