Ciencias agrarias
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 5ª ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1986. p.8-10.
“Toda bibliografia deve refletir uma intenção fundamental de quem a elabora: a de atender ou a de despertar o desejo de aprofundar conhecimentos naqueles ou naquelas a quem é proposta. p.8
A bibliografia se torna um papel inútil, entre outros, perdido nas gavetas das escrivaninhas. p.8
Esta intenção fundamental de quem faz bibliografia lhe exige um triplo respeito: a quem se dirige, aos autores citados e a si mesmos. Uma relação bibliográfica não pode ser uma simples cópia de títulos, feita ao acaso, ou por ouvir dizer (...). Desafio que se fará mais concreto na medida em que comece a estudar os livros citados e não a lê-los por alto, como se os folheasse, apenas. p.8
Estudar é, realmente, um trabalho difícil. Exige de quem o faz uma postura critica sistemática. Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a. p.8.
Isto é, precisamente, o que a “educação bancária” não estimula. Pelo contrário, sua tônica reside fundamentalmente em matar nos(sic) educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade. Sua “disciplina” é a disciplina para a ingenuidade em face do texto, não para a indispensável criticidade.p.8
(...) Numa visão critica, as coisas se passam diferentemente. O que estuda se sente desafiado pelo texto em sua totalidade e seu objetivo é apropriar-se de sua significação profunda. p.8
Esta postura critica fundamental, indispensável ao ato de estudar, requer de quem a ele se dedica:
a) Que assuma o papel de sujeito deste ato
Isto significa que é impossível um estudo sério se o que estuda (sic) se. põe em face do texto como se estivesse magnetizado pela palavra do autor, á qual emprestasse uma força mágica.(sic) Se se comporta passivamente, “domesticadamente, procurando apenas memorizar as afirmações do autor. (sic) Se se deixa “invadir” pelo que afirma o autor. (sic)Se se transforma numa