Ciencia E Arte De Educar
CIÊNCIA E ARTE DE EDUCAR * ANíSIO TEIXEIRA - Diretor do I.N.E.P.
Agradeço ao amigo - e mestre - Professor Fernando de Azevedo o privilégio de vos falar, ao encerrar-se êste seminário de educação, com o qual se inauguraram, em 1957, as atividades do Centro Regional de Pesquisas Educacionais de São Paulo, confiado, afortunadamente, à sua alta e sábia direção.
Êste Centro, como os seus congêneres, o Brasileiro e os demais centros regionais, representam elos no esfôrço continuado com que o Brasil tem procurado acompanhar o desenvolvimento da arte de educar - a educação - nos últimos cinqüenta anos, desenvolvimento que se caracteriza por uma revisão de conceitos e de técnicas de estudo, à maneira, dir-se-ia, da transformação operada na arte de curar - a medicina - quando se emancipou da tradição, do acidente, da simples "intuição" e do empirismo e se fêz, como ainda se vem fazendo, cada vez mais científica.
Todos sabemos que isto se deu com a medicina, devido aos progressos dos métodos de investigação e de prova. O desenvolvimento das ciências que lhe iam servir de base e das técnicas científicas de que iria cada vez mais utilizar-se e mesmo apropriar-se, levaram a medicina a um progresso crescente, com a aplicação cada vez mais consciente de métodos próprios de investigação e de prova. São dêsse tipo - claro que sob os influxos dos progressos mais recentes ainda de outras ciências - os desenvolvimentos que desejamos suscitar na educação, com o cultivo, nos centros de pesquisas, que se estão fundando no Brasil, dentre os quais êste de São Paulo é o mais expressivo, de métodos próprios de investigação e prova no campo educacional.
Como a medicina, a educação é uma arte. E arte é algo de muito mais complexo e de muito mais completo que uma ciência. Convém, portanto, deixar quanto possível claro de que modo as artes se podem fazer científicas.
Arte consiste em modos de