Ciencia política

Para Aristóteles, uma sociedade civil, ainda que seja constituída por diferentes classes e grupos sociais, é estabelecida pelo compartilhamento de um interesse comum. Esse interesse nada mais é do que a etapa final de hábitos que consistem não apenas nos prazeres, riquezas ou honras, mas sim, numa vida virtuosa pautada em atos regulares, no sentido da excelência de cada ação, de fazer bem feito, na justa medida, cada pequeno ato. E essa etapa final é a felicidade, que por ser derivada do comportamento virtuoso, tornando-se o resultado da prática de faculdades que se encontram em um justo meio entre extremos, conduzidos pela racionalidade, pela ética humana. Tal pensamento é traduzido nessa sentença de Aristóteles:

“Ora, parece que a felicidade, acima de qualquer outra coisa, é considerada como esse sumo bem. Ela é buscada sempre por si mesma e nunca no interesse de uma outra coisa; enquanto a honra, o prazer, a razão, e todas as demais virtudes, ainda que as escolhamos por si mesmas, fazemos isso no interesse da felicidade, pensando no meio dela seremos felizes.” (Aristóteles, Ética a Nicomaco, Pág. 21-22)

Sendo a vida um atributo magnificente da natureza, é natural que o homem seja, por sua essência, um animal civil, para que a união resultante dessa forma preserve sua segurança e o faça atingir sua plenitude maior, o objetivo comum de todos, que é a felicidade, estimulando-o a viver em sociedade. Cabe ao Estado preservar a soberania, através de sua força coerciva, a manutenção da prática desse bem comum para que cada um encontre sua própria maneira de viver feliz. Mas o que seria, de fato, o Estado? Para que um Estado exista, são necessários elementos que uma sociedade política não pode dispensar, tanto em sua hierarquia quanto em suas necessidades. Mas que necessidades seriam essas? Basicamente, para que um Estado funcione de forma equânime, é necessária a presença de ministros, responsáveis em governar e manter a