Ciencia em max weber
Ao introduzir a Ciência como vocação, o autor busca, de forma preliminar, delimitar pontuais diferenças na vida acadêmica – palco do desenvolvimento da Ciência como vocação em seu sentido mais estrito, “especialização” – da Alemanha e dos Estados Unidos da América nas primeiras décadas do século XX, tentando tirar dos bastidores universitários a influência marcante de fatores econômicos e políticos que transformaram a educação em uma fábrica capitalista. Weber conceitua a Ciência atual como a tomada de conhecimento do mundo que nos cerca, através da construção de conhecimentos específicos e especializados que se perpetuarão, através de um processo científico cumulativo, constante e progressivo, ultrapassando os limites da vida.
Ao resgatar da Grécia o surgimento do “conceito” e, do renascimento, a “experimentação racional”, atesta historicamente a sede do homem na platônica obsessão pela busca pela Verdade, lógica atualmente invertida de forma que a Ciência parece, nos nossos dias, passar a constituir um mundo irreal, abstrato, artificial. Ao adentrar no campo da “teoria”, a Ciência passa a pressupor uma lógica e uma metodologia, gerando conhecimentos que passam a ter um valor em si.
A análise do autor, em suma, caracteriza Ciência como “uma vocação alicerçada na especialização e posta a serviço de uma tomada de consciência de nós mesmos e do conhecimento de relações objetivas”, dando ao ser humano a condição de compreender com clareza a si mesmo e sua posição, seu lugar no mundo e o mundo que o cerca, oferecendo o benefício de “dar-se conta do sentido último de seus atos”.
Weber sugere que a transmissão do conhecimento seja feita de forma avalorativa, cabendo ao receptor a interpretação do conteúdo transmitido. Segundo o autor, rompe com a ética o mestre que incorre no contrário, correndo o risco de, tornando a Ciência apenas mais um método de manipulação social, perpetuar o