cidadão kane

O mistério da palavra

O filme Cidadão Kane (Citizen Kane, EUA), gênero dramático, lançado em 1941 do produtor Orson Welles foi considerado o melhor filme de todos os tempos. Baseado em fatos reais que conta a história de um jornalista chamado Charles Foster Kane, papel interpretado pelo próprio produtor. Ocorre no início do filme à morte do milionário jornalista Charles Kane, que pronuncia sua última palavra antes do leito de sua morte: “Rosebud”. Com isso, inicia uma investigação sobre a vida pessoal de Kane. A busca pelo significado dessa expressão leva um repórter a entrevistar as pessoas mais próximas do protagonista, como o falecido tutor e administrador dos bens de Kane, a segunda esposa Susan Alexander (Dorothy Comingore), o secretário Bernstein (Everett Sloane), o melhor amigo Leland (Joseph Cotten) e o mordomo da mansão, além de consultar o diário pessoal de Thatcher (George Coulouris). Com essas entrevistas umas das coisas que o repórter descobre é que no auge de sua fortuna, antes da crise de 29, o barão da imprensa possuía 37 jornais espalhados pelo território americano, prédios, fábricas de papel, uma rede de rádio e a terceira maior mina de ouro do mundo. Chega o fim do filme e ninguém revela o mistério de “Rosebud”. Somente ao espectador é revelado o significado da palavra, aos últimos segundos do filme, o que o leva à reflexão não durante, mas após o término do filme. Em “Cidadão Kane”, deste modo, Welles faz com que o espectador seja o grande privilegiado, porque só este descobre o verdadeiro sentido da vida de Kane, enquanto ninguém na trama jamais descobrirá. Este filme polêmico e arquivado por longas décadas devido a interesses políticos e do próprio Hearst, é um exemplo claro para se falar de Industria cultural. Termo este que surgiu em meados da década de 1940 e já manifestado desde a Revolução Industrial no século XIX. O filme provoca e pede uma reflexão urgente da população sobre a forma