Cidades planejadas
Belo Horizonte é uma cidade planejada que já nasceu moderna em fins do século 19 (inauguração em 1897). Enquanto outras cidades, que nasceram naturalmente, estavam lutando pela higiene, estética e fluidez, Belo Horizonte já insere esses elementos em seu plano da cidade. BH foi projetada pela Comissão Construtora da Nova Capital, com direção de Aarão Reis, engenheiro politécnico que tinha na cidade sua primeira experiência urbanística. A influência estrangeira foi muito forte na formação de um conceito que seria inserido no plano. Reis, além de conhecer novas experiências estrangeiras a partir de diversas publicações, convidou técnicos da Europa e dos EUA. Conseqüentemente, o plano denota proximidade com relação às intervenções estrangeiras, como: o Plano de Washington, a reforma realizada por Hausmamn em Paris e, sobretudo, o plano de La Plata, na Argentina.
O Plano estabelecia uma divisão da cidade em três zonas radiais: a urbana, a suburbana e a de sítios. A primeira era mais elaborada, com parques e ruas alargadas, com traçado conjugando duas tramas ortogonais descoladas a 45 graus, circundadas por uma avenida de contorno. A segunda possuía um traçado mais flexível com um planejamento menor. A terceira zona foi prevista como uma transição entre a zona urbana, suburbana e a zona rural.
Portanto, nota-se uma diminuição do planejamento a partir do distanciamento com o centro urbano. A idéia de Reis era ”que a cidade se desenvolvesse paulatinamente do centro para a periferia, o que acabou não ocorrendo” (GOMES & LIMA, 1999). Segundo os autores:
Pensada fundamentalmente como uma capital administrativa, não havia espaço previsto para a população pobre, representada por um grande contingente de trabalhadores, aventureiros e imigrantes, que tiveram dificuldades em nela se alojar desde os primeiros momentos da sua construção. A cidade rigorosamente planejada da zona urbana, compreendida dentro do anel delimitado