Cidade sem Palavras Cap. 1
"
Alfred Doblin - romancista do século XX, diz que a linguagem é uma realidade sempre em processo de formação. Tinha um estilo próprio chamdo "Doblinismo", ele serviu como oficial medico na primeira guerra mundial. Era um homem de contradições agudas, falava sobre a identidade em transformação do século XX. Morava na alemanha e ao ser expulso pelo regime nazista, foi para a França. No exílio, se sentia incapaz de encontrar uma linguagem em comum com seus anfitriões. Por isto, escreveu vários livros em que a própria linguagem era a protagonista, assim como NOVEMBRO DE 1918. Ele trata a linguagem como um ser vivo, ela nao reconta, mas sim representa o nosso passado, a linguagem eh uma forma de amar os outros - pois precisamos de um outro alguém para conversar, precisa haver uma dialética.
Na pré-história a linguagem era vista como representação convencional do mundo, onde homens e mulheres se falavam e se entendiam. Nos primórdios, as palavras eram algo tao concreto como água e nuvens - tinham um lugar em nossa consciência. Os signos escritos produziram no cérebro uma percepção auditiva dele mesmo (presença física). gravadas como arquivo. As historias sao nossas memórias, bibliotecas. Mantem informações que queremos preservar.
Saber que existimos, eh reconhecer a existência do outro que percebemos, pois ele nos percebem. espelhos da sociedade.
Na antiga língua anglo-saxã, o termo para poeta era maker, fazedor ou artífice. Este poeta tem o dom de nomear as coisas, e isso eh muito ambíguo, pois cada um encontra a palavra certa para aquilo que quer descrever. Por exemplo Adao, quando começou a colocar nomes nas coisas pela primeira vez. Poderia ser hoje totalmente diferente. As palavras nao envelhecem, a humanidade sempre utilizou delas para se expressar. Muitas vezes ela nos ajuda a lembrar de momentos bons enquanto estamos em momentos de sofrimento. Autores com Doblin, que foram exilados e tentavam encontrar a maneira certa de escrever