Cidadania no Brasil
O longo caminho
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O esforço de reconstrução, melhor dito, de construção da democracia no Brasil ganhou ímpeto após o fim da ditadura militar, em 1985. Uma das marcas desse esforço é a voga (enfase) que assumiu a palavra cidadania.
A cidadania, literalmente, caiu na boca do povo. Mais ainda, ela substituiu o próprio povo na retórica política. Não se diz mais "o povo quer isto ou aquilo", diz-se "a cidadania quer". Cidadania virou gente. No auge do entusiasmo cívico, chamamos a
Constituição de 1988 de Constituição
Cidadã.
Capítulo I
Primeiros Passos
(1822 - 1930)
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A primeira parte do trajeto nos levará a percorrer 108 anos da história do país, desde a independencia, em 1822, até o final da Primeira República, em 1930.
Fugindo da divisão costumeira da história política do país, englobo em um mesmo período o Império (1822 – 1889) e a Primeira República (1889-1930). Do ponto de vista do progresso da cidadania, a única alteração importante que houve nesse período foi a abolição da escravidão, em 1888.
O Peso do Passado (1500-1822)
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Ao proclamar sua independência de Portugal em 1822, o Brasil herdou uma tradição cívica pouco encorajadora.
O fator mais negativo para a cidadania foi a escravidão. Os
Escravos começaram a ser importados na segunda metade do seculo XVI.
O Estado, os funcionários públicos, as ordens religiosas, os padres, todos eram proprietários de escravos.
O cidadão comum ou recorria à proteção dos grandes proprietários, ou ficava à mercê do arbítrio dos mais fortes.
A Igreja Católica não incentivava a leitura da Bíblia Na Colonia, só se via mulher aprendendo a ler nas imagens de Sant'Ana
Mestra ensinando Nossa Senhora.
Sant'Ana foi mãe de Maria, avó de Jesus Cristo.
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Funções publicas como o registro de nascimentos, casamentos e óbitos, eram exercidas pelo clero católico. A consequência de tudo isso era que não existia de verdade