: Cidadania no Brasil. O longo caminho. José Murilo de Carvalho
José Murilo de Carvalho
Campinas , 15/06/12
A democracia no Brasil ganhou ímpeto após o fim da ditadura militar em 1985, surgindo o termo “CIDADANIA” substituindo frases como: “O povo quer isso, ou aquilo...” para “A cidadania quer isso, ou aquilo...”, o termo foi tão difundido que chamamos então a Constituição de 1988 de Constituição Cidadã.
Após ter-se conquistado o direito de eleger os regedores do país, ouve uma forte ingenuidade dos cidadãos de que a felicidade nacional surgira. Embora ganhassem o direito de liberdade, a luta ainda seria grande para conquistar os três direitos que nos tornam “cidadãos plenos”: o direito Civil, Político e Social.
Passaram-se anos do fim da ditadura, e as desigualdades sociais e econômicas continuam sem solução e é assim, que os cidadãos perdem a confiança nos políticos brasileiros.
Muitos países adquiriram os direitos da cidadania plena, mas os caminhos para chegar ate lá, foram distintos, no Brasil ha diferenças importantes: á ênfase no direito social nos levou precedência dos outros direitos, era uma luta política nacional, e o cidadão que surgia dela também.
Para que o leitor entenda quais são os passos da cidadania, José Murilo de Carvalho faz um retrospecto de toda a história do Brasil no âmbito político, civil e social; começando pela época que o Brasil era uma simples colônia de Portugal, até os dias atuais, onde a identidade brasileira é respeitada no mundo todo, e embora deficientemente, somos considerados cidadãos.
Do ponto de vista do progresso da cidadania, a única alteração importante que houve no período pós descobrimento do Brasil foi à abolição da escravidão em 1888, porem, a incorporação dessa abolição foi mais formal do que real.
Algumas características da colonização portuguesa no Brasil deixaram marcas relevantes, em três séculos de colonização (1500-1822), os portugueses tinham nas mãos um enorme país dotado de lingüística,