CICLO SONO-VIGIA
Ademais, o sono está, efetivamente, ligado à vigília, com a qual constitui o ciclo vigília-sono. Logo, sua compreensão requer a compreensão da vigília e estudá-lo significa investigar sua alocação temporal, bem como a alternância rítmica entre esses dois estados. Se, a princípio, acreditava-se que existiam centros neurais responsáveis pela indução do sono, hoje, sabe-se que o ciclo vigília-sono não só depende da integração de vários sistemas neurais, mas também apresenta outras peculiaridades como um ritmo circadiano, gerado pelos núcleos supraquiasmáticos (NSQ) do hipotálamo, e uma alternância entre diferentes estágios, resultante de interações recíprocas ao longo das estruturas neurais envolvidas, e, provavelmente, dependente do equilíbrio entre a excitação e inibição dessas conexões. A vigília caracteriza-se pela ativação cortical (ou dessincronização) e pela ativação sensorial e motora. Admite-se que sua geração e a manutenção dependem de diversas estruturas neurais, residentes no tronco encefálico, tálamo, hipotálamo e prosencéfalo basal, as quais compreendem redes ascendentes, produtoras da ativação cortical, e redes descendentes, que se projetam à medula espinhal e estimulam a ativação sensorial-motora. Entre os sistemas ativadores da vigília, há aqueles localizados no tronco encefálico – que compreendem o Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA), os neurônios colinérgicos mesopontinos e os neurônios monoaminérgicos (noradrenérgicos, dopaminérgicos e serotoninérgicos) – e aqueles localizados no tálamo e no