Ciclo de Cori

Introdução
O presente trabalho relata sobre o ciclo de Cori, que consiste em uma cooperação metabólica entre músculos e fígado. Com um trabalho muscular intenso, o músculo usa o glicogênio de reserva como fonte de energia, via glicólise. Os músculos são capazes de manter a carga de trabalho na presença de lactato se o pH for mantido constante.
O ciclo evita que o lactato se acumule na corrente sanguínea, o que poderia provocar acidose láctica. Embora o sangue se comporte como uma solução tampão, o seu pH poderia diminuir com um excesso de lactato acumulado. O ciclo é muito importante para manter a glicemia constante durante o período de elevada atividade física. Neste trabalho é apresentado a descoberta, descrição e enzimas e hormônios relacionados a regulação do ciclo de Cori.

Descoberta do ciclo
O casal Gerty Radnitz Cori e Carl Ferdinand Cori queriam descobrir como o corpo envia energia de um local para o outro. Atualmente é difícil imaginar como, na época, se conhecia tão pouco sobre a capacidade do corpo de manter um suprimento constante de energia entre as refeições e turnos de exercícios. Um fisiologista francês descobrira, no século XIX, que o fígado e os músculos contêm uma substância parecida com o amido, a qual chamou de glicogênio, o “produtor de açúcar”. Mas não sabia que cada molécula de glicogênio consiste de centenas de moléculas de açúcar de glicose quimicamente ligadas entre si. Quando o corpo precisa de energia, decompõe-se a molécula de glicogênio de modo que as moléculas de açúcar fiquem disponíveis para o dispêndio imediato de energia.
Em 1929, depois de seis anos de trabalho intensivo, o casal de bioquímicos conseguiram explicar como a energia de um mamífero, que se exercita muito, movimenta-se do músculo para o fígado e volta em seguida para o músculo. Passaram o tempo restante de suas carreiras preenchendo os detalhes. De acordo com sua teoria, a energia movimenta-se num ciclo que vai do músculo ao fígado e volta para o músculo.