Cicatrizes patológicas
Cicatrizes Patológicas
Dra. Rosangely de Cassia Cavanha Corsi
Cirurgiã Plástica Assistente Doutora da Disciplina de Cirurgia Plástica HC-FMUSP
Dr. Josias Caetano dos Santos
Cirurgião Plástico Colaborador da Disciplina de Cirurgia Plástica HC-FMUSP
Introdução
O resultado das cicatrizes das incisões cirúrgicas é um tema, que há muito deixou de ser de interesse exclusivo do cirurgião plástico. Cirurgiões de outras especialidades e até pessoas leigas têm buscado conhecimento neste campo de domínio da cirurgia plástica. A mídia tem feito muito no sentido de orientar as pessoas quanto aos reais riscos de uma cicatrização de má evolução, mas também tem ajudado a construir certos mitos.
A incisão cirúrgica participa dos princípios elementares sem os quais não haveria a própria cirurgia: a secção e a síntese cutânea. Ela nos permite acesso a um órgão interno, exérese de elementos sitiados na pele e ressecção de algum excesso cutâneo. A indicação apropriada da cirurgia, o emprego de técnica cirúrgica de excelência e os cuidados perioperatórios são fatores indispensáveis para se obter bons resultados, mas, infelizmente como se sabe, para determinados casos não são suficientes. Em parte, os resultados cosméticos da cicatrização das feridas dependem de fatores que ainda não são controlados. Cicatrizes patológicas como quelóide, cicatriz hipertrófica e contraturas ocorrem em conseqüência desses fatores não controlados e não elucidados totalmente. Estas entidades patológicas têm sido tema de muitos estudos. Sua gênese, evolução e tratamento devem ser conhecidos pelos que operam ou tratam de pacientes cirúrgicos. Diagnosticar precocemente uma lesão patológica é o primeiro passo para se ter êxito no seu tratamento, assim como estabelecer o risco de um paciente para essas lesões é fundamental para o uso da profilaxia. À medida que avançam as pesquisas nesse assunto, surge um ânimo quanto ao futuro da profilaxia e do tratamento das cicatrizes