CHUMBO E HIPERTENS O
Para fins de diagnóstico da intoxicação por chumbo, deve-se ter em mente que este metal age em alguns órgãos-alvo que determinam os sinais e sintomas típicos da intoxicação: cérebro, rins, sistema hematopoïético, sistema nervoso periférico.
Em exposições tanto agudas quanto crônicas, em concentrações baixas ou moderadas, o órgão crítico alvo é o cérebro, promovendo sinais e sintomas de encefalopatia de maior e menor grau, dependendo da intensidade e duração da exposição, tais como, cefaléia, perda de memória, perda da concentração e atenção em tarefas corriqueiras, alterações de humor, com irritabilidade, depressão, insônia (ou sonolência).
Todos os sinais e sintomas de encefalopatia são inespecíficos e nenhum deles isoladamente, ou mesmo a soma deles, pode ser considerado como patognomônico da intoxicação por chumbo inorgânico. A suspeita de que esse quadro clínico possa estar relacionado à intoxicação por chumbo surge com o conhecimento de que o paciente, adulto ou criança, tem algum tipo de exposição ao metal. A confirmação do diagnóstico se dá pela presença de outros sintomas, como cólica abdominal, sintomas gerais de fraqueza, fadiga, mialgia generalizada (ou mais localizada nas panturrilhas), inapetência, queixas gástricas, perda da libido, associados a alterações em alguns parâmetros hematológicos como diminuição nos níveis de hematócrito e hemoglobina, e presença de pontilhado basófilo nas hemácias.
A confirmação definitiva do diagnóstico se dá pela dosagem de algum parâmetro de dose interna, como chumbo no sangue (plumbemia) ou na urina (plumbúria), ou algum parâmetro de efeito do chumbo na cadeia de formação da hemoglobina, como aumento de ácido deltaminolevulínico na urina (ALA-U), aumento da dosagem de coproporfobilinogênio na urina (CPU), aumento de protoporfirina IX, dosada na forma livre (EP) ou na forma zincada (ZPP), e diminuição na