Chronos: a semiótica que não pára texto
Erasmo Borges de Souza Filho1
RESUMO
Neste artigo é apresentado o estudo dos componentes da imagem e de suas articulações sintático-semântica na investigação do sentido e análise da sua significação em uma peça publicitária, em folha tripla, veiculada em uma revista feminina entre 2002/2003, para lançamento de um produto de uma linha da Natura conhecido como Chronos. Esta linha foi a primeira a combater os estereótipos e os padrões de beleza em relação à mulher. Com referência na Semiótica Discursiva intenta-se estabelecer parâmetros que melhor articulem o estudo e análise da peça publicitária, sob a ótica que se constrói como uma rede de significações. A peça é considerada um texto e o seu contexto, como realidades intrínsecas e de mesma natureza, portanto, geradores de significação2 que se ampliam na seqüência do estudo nessa vertente teórica.
Palavras-chave: Semiótica. Análise do Discurso. Natura. Comunicação. Propaganda.
INTRODUÇÃO
A semiótica, entre as suas várias concepções, tem como objetivo o estudo da significação, seja em um texto no seu sentido mais amplo, seja nas linguagens verbais e nãoverbais. No estudo em questão, toma-se como referência teórica e epistemológica a Semiótica
Discursiva, também denominada greimasiana em referência ao seu principal autor Algirdas
Julien Greimas, da chamada Escola de Paris.
Nessa perspectiva, toma-se o texto3 como elemento principal de análise, e como um
“objeto de significação e um objeto cultural de comunicação entre sujeitos”. (BARROS,
1994, p.90). Um texto sincrético cuja materialidade discursiva envolve o texto lingüístico
(escrita) e o visual (gráfico e fotográfico), e que no caso, trata-se de uma propaganda da
Natura veiculada em folha tripla, em uma revista feminina de grande circulação nos anos de
2002/2003.
1
Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Professor dos Cursos de Artes Visuais e Tecnologia da
Imagem e Comunicação