CHINESE OVERSEAS: ACTORES GLOBAIS PRIVILEGIADOS PARA O ESTABELECIMENTO DE PARCERIAS DE NEGÓCIOS NA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA
ESTABELECIMENTO DE PARCERIAS DE NEGÓCIOS NA REPÚBLICA
POPULAR DA CHINA
Luís Filipe Boavida
A dinâmica do chamado "milagre asiático" radica, em boa medida, no fenómeno das comunidades de negócios chinesas da diáspora - os Chinese Overseas, que têm sabido impor-se numa economia internacional cada vez mais global, interdependente e competitiva com enorme mestria.
Nesta imensa "aldeia global", em que o papel dos actores transnacionais não soberanos se vem reforçando, a problemática destas comunidades empresariais assume um particular interesse por três razões fulcrais.
Em primeiro lugar, numa época em que as migrações internacionais suscitam um maior e justificado interesse, a implantação multipolar destas comunidades aviva a curiosidade quer da parte das autoridades dos países de fixação, quer entre os académicos e investigadores de todo o mundo. Efectivamente, no debate sobre a problemática das migrações internacionais, os Chinese Overseas constituem um caso particularmente interessante e algo paradoxal, dado que tendem a ser vistos como não problemáticos, como um exemplo de sucesso, apesar do seu relativamente baixo nível de integração nos países de fixação for a do continente asiático.
Em segundo lugar, esse interesse é uma consequência directa da emergência da
República Popular da China (RPC) como uma potência global, com uma das economias mais pujantes das últimas duas décadas, com um mercado interno em plena expansão e com um peculiar e estável processo de transição de uma economia de direcção central para uma moderna economia de mercado, constituindo, com efeito, na actualidade, um dos locais mais atractivos para novos investimentos.
Finalmente, dado o seu carácter interpolar funcionando numa lógica de network por diferentes regiões do mundo, com particular realce para a forma como se ramificam e articulam por todo o Sudeste asiático e os poderosos vínculos que mantêm com os