China
O sistema Internacional, os Estados e a Interdependência Complexa
1.1 Apresentação Teórica
O Sistema Internacional, segundo Waltz (1979), é caracterizado pela ausência de qualquer autoridade superior às unidades do sistema, as quais são representadas pelos Estados, o que caracteriza, dessa forma, um sistema anárquico. Isso acaba gerando o que o autor chama de “auto-ajuda” onde cada Estado busca a maximização dos seus interesses. Waltz ainda vai afirmar que em ultima instância, embora existam relações entre atores não estatais, tais relações só são possíveis mediante acordos estabelecidos entre os Estados, como cita:
Embora possam escolher interferir pouco nos assuntos de atores não estatais por longos períodos, os Estados, não obstante, estabelecem os termos do intercurso, seja permitindo passivamente que regras informais sejam desenvolvidas ou ativamente intervindas no sentido de mudar regras que não mais lhe sejam adequadas. (WALTZ, 1979, p.79)
Waltz (1979) coloca que o aspecto de auto-ajuda dos Estados coloca empecilhos na tentativa de cooperação entre os mesmos. Por exemplo, quando existe uma cooperação onde gere ganhos absolutos, esses ganhos não são distribuídos, podendo gerar uma grande assimetria entre os Estados, que ameace sua independência. Assimetria essa que poderá ser sentida de forma mais significativa se traduzida em termos militares. (WALTZ, 1979) Para Mearshimer (2001), o comportamento agressivo dos Estados dever-se-ia ao efeito combinado de cinco premissas da estrutura internacional: O sistema internacional é anárquico; grandes potências possuem inerentemente alguma capacidade militar ofensiva; Estados nunca podem ter certeza sobre as intenções alheias; sobrevivência é um objetivo primário; grandes potências são atores racionais. Mearshimer (2001) ainda afirma que os Estados buscam a maximização do seu poderio através de cursos de ação como: Guerra, chantagem, sangria, transferências de custos, dentre outros.