De um jeito diferente, China consolida papel de liderança no grupo dos Brics Após anos de exortações dos Estados Unidos e seus aliados para que a China desempenhe um papel mais "responsável" nos assuntos do mundo, Pequim está começando a cumprir, embora não exatamente da maneira que ansiavam, ou pela qual esperavam. O grupo Brics de grandes economias emergentes - composto por Brasil, Rússia, Índia, China e, pela primeira vez neste ano, pela África do Sul - está se tornando um fórum dominado pela China, em que Pequim pode pressionar por sua agenda mundial em evolução, sem a presença dominante dos EUA. No encerramento da terceira reunião anual dos líderes do Brics, na pantanosa e semiconstruída cidade turística de Sanya, na ilha meridional chinesa de Hainan, ficou claro que Pequim está totalmente no controle. A "Declaração de Sanya" está repleta do tipo de termos que Pequim gosta de usar domesticamente e, numa apresentação a jornalistas, um porta-voz chinês disse que os países chegaram ao consenso de que "o século XXI deve ser de paz, harmonia, cooperação e desenvolvimento científico". Acontece que "harmonia" e "desenvolvimento científico" são os slogans políticos básicos usados pelo Partido Comunista da China no plano doméstico. Assim, essa declaração dará ao público interno a impressão de que Pequim está começando a disseminar sua mensagem no exterior e a exercer influência sobre outros mercados emergentes. A presença da África do Sul como mais novo membro do Brics muito se deve à China, que defendeu sua inclusão apesar de ser apenas a 12ª maior economia emergente, atrás do México, Coreia do Sul, Turquia, Indonésia, Polônia, Arábia Saudita e Taiwan. Pequim argumentou que a África do Sul deve ser incluída como representante de toda a África e, em vista de seus grandes interesses em rápida expansão no continente, isso faz sentido geopolítico para a China. Do ponto de vista econômico, a única coisa que os outros membros do grupo têm em comum é a China. "Esse não é um