Utilizada para interligar grandes civilizações já na Antiguidade, a chamada Rota da Seda – assim denominada pelo geógrafo alemão Ferdinand von Richthofen, no século XIX – continua tendo um papel fundamental no desenvolvimento do planeta. O nome se deve ao fato de, em sua primeira grande era áurea, a China ter desenvolvido e aperfeiçoado técnicas para produzir seda a partir da fibra branca dos casulos dos bichos-da-seda, guardando o segredo a sete chaves, o que lhe permitiu navegar no mar azul desse mercado por um bom tempo. Agora, também graças – principalmente – aos próprios chineses, a rota volta a estar em evidência. Só que com uma diferença: em vez de seguir no sentido norte, está fortemente voltada para o sul. Os antigos caminhos agora formam uma nova rede de rotas comerciais que ligam Ásia, Oriente Médio, África e América Latina de Sul a Sul. Da mesma forma que assistimos ao comércio entre os países desenvolvidos explodir nos anos 50 e 60, agora veremos um turbilhão de crescimento nas trocas entre as nações emergentes, gerando um crescimento de 10 vezes nos próximos 40 anos. É um movimento que já está acontecendo. Há 10 anos, 50% das exportações coreanas eram destinadas ao mundo emergente, segundo dados oficiais. Hoje, são 75%. A China é responsável por cinco dos dez maiores portos do mundo. Vinte anos atrás, os portos chineses não alcançavam nem o top 20. De acordo com o Centro de Pesquisas do Golfo, 42% da força de trabalho atual dos Emirados Árabes vem da Índia ou do Paquistão. A China é a atual maior investidora estrangeira no Brasil, Laos, Mianmar, Irã, Mongólia e Afeganistão, segundo o Ministério do Comércio chinês. O Departamento de Turismo e Marketing de Dubai, por sua vez, aponta que o número de turistas chineses em seu território teve um aumento de 50% em 2009. No ano seguinte, cresceu mais 50%. A Riversdale, uma empresa australiana que explora as minas de carvão da Mongólia tem 8% de suas ações detidas por uma empresa chinesa,