Chimboca

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Chimboca
Zé do Burro e sua famosa chimboca

Quando jovem e solteiro, José Santana da Silva, o Zé do Burro, tomou um porre da bebida chimboca. “Quase morri de tanto beber e meu pai me obrigou a trabalhar no dia seguinte, na roça de arroz.” A ressaca foi tão grande que, a partir daí, passou a preferir cerveja. Mal sabia porém que os destinos dele e da chimboca estavam entrelaçados. Zé do Burro casou-se com a filha do inventor da mistura de cachaça com limão e tornou-se herdeiro da receita e da técnica de produção.

Até hoje é o responsável por colocar Jaci na rota de bares e de apreciadores da bebida na região. Zé do Burro tem de fazer, todo sábado, pelo menos 30 litros da chimboca, que é vendida por encomenda. O drinque é a mistura de limão, açúcar e aguardente. “Mas não é caipirinha,” garante Zé.

Ele já tentou parar de produzir, por falta de tempo ou de espaço. Mas os fãs da chimboca não deixaram. “Quando me mudei para Jaci, tinha parado, mas descobriram onde eu estava e começaram a me pedir para fazer novamente.” Abriu algumas exceções e logo teve que aceitar mais e mais encomendas.

O sucesso atinge cidades vizinhas, como Neves Paulista, José Bonifácio e Mirassol. Mas também rompe fronteiras e chega a Monte Aprazível e Rio Preto, entre outras cidades. Há quem diga que a chimboca do Zé do Burro é vendida em bares e restaurantes rio-pretenses tradicionais. Se for, nem o próprio Zé sabe. “Eu vendo pra tanta gente que nem sei o que fazem. Alguns eu nem conheço.”

Em Jaci, um bar vende a cachaça por dose. “Mas é batizada. Ele mistura água e mais pinga, então não fica igual.” Mesmo assim, o bar da cidade vende pelo menos 20 litros a cada 15 dias. Na tradicional quermesse, a chimboca não pode faltar: Zé doa 20 litros todo o ano.

Caminhoneiro de profissão, Zé do Burro tem 58 anos e ganhou o apelido porque era negociador de animais. Casado e com dois filhos, ele e a família são associados à bebida. Tanto que o filho mais velho, Fernando, 31, ganhou o

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