Chiapas
O estado de Chiapas está localizado no sul do México, na fronteira com a Guatemala. Lá os povos Tzotzil e Zoque, descendentes dos Maias e Olmecas, são os principais grupos das mais de 60 etnias que um dia foram os principais habitantes das Américas. Mas, estes povos foram marcados pela história: explorados no passado, hoje muitos deles estão abandonados nos grandes centros, sonhando em algum dia recuperar a sua cultura.
A revolta de Chiapas
Em 1982, formou-se em Chiapas o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), que reivindicava a manutenção das línguas, dos costumes e das tradições indígenas, o direito de cultivar a terra, além de melhorias nos setores econômico e social.
O Levante Zapatista ou Revolta de Chiapas é o nome dado a uma rebelião iniciada em 1 de Janeiro de 1994 no estado mexicano de Chiapas. O levante, liderado pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional, durou 12 dias e teve repercussão internacional, devido às suas demandas por justiça e defesa dos direitos dos povos indígenas e dos pobres do México.
A ação militar em janeiro de 1994 coincidiu com a entrada em vigor do Nafta assinado pelo México, Estados Unidos e Canadá.
Muito antes da insurreição armada em Chiapas, os militares mexicanos estavam cientes do crescente descontentamento político na região. No entanto, eles optaram por esconder esta informação, a fim de garantir a aprovação do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) com o Canadá, México e Estados Unidos. Não foi uma coincidência que a revolta camponesa, liderada pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional, ocorreu no mesmo dia em que o NAFTA foi assinado e implementado. O NAFTA invocou ressentimentos entre camponeses e membros do exército de guerrilha. Eles temiam serem deslocados, já que os grandes proprietários de terras seriam obrigados a competir com os melhores produtores agrícolas dos EUA e Canadá. A revolta armada, assim, surgiu como uma batalha pela propriedade, justiça e tradição.