charles boudelaire
Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867) nasceu em Paris, França, e se tornou órfão de pai ainda na infância. Foi à escola militar, mas, expulso, voltou à Paris para investir em sua carreira de escritor. A partir de então, começou a acumular dívidas.
Fugindo de um navio às Índias onde seus pais o puseram, Baudelaire voltou à França, onde se engajou na escrita. A publicação de sua obra, “Les fleurs du mal” (1857), e a censura à ela imposta foram um dos acontecimentos mais importantes de sua vida à história. Charles morreu de paralisia, agravada pela Sífilis, em 1867. O seu legado influenciou Arthur Rimbaud e todo o manifesto simbolista, o que o confere o título de pai do Simbolismo.
Produção Literária
As obras de Baudelaire apresentavam uma inovação à literatura da época, por tratar do mistério e dos sentidos acima da análise de constatação do real. A ligação entre o real, captado pelos sentidos, e o significante, inerente à mente, são marcas do autor que influenciariam movimentos como o Simbolismo, na década de 1890.
Criticando a racionalidade, Charles retoma em suas obras certos valores do Romantismo, como a individualidade e o foco no sentimento, e ainda adiciona novos elementos como a sinestesia e o pessimismo. Tal crítica se constrói a partir da personalidade do jovem escritor, dândi e flanêur.
A figura do dândi é um sinal de idealização de classes. As camadas mais pobres investiram no aburguesamento de sua imagem, promovido na forma de se vestir e no consumo cultural, análogos do consumismo, que levavam a um conflito individual resultante em frustração. O flanêur é o indivíduo espectador da cidade, analista das multidões, que observa o funcionamento da urbe e colabora, no caso de Baudelaire, com a construção da crítica à modernidade.
Tais fatos levaram à primeira grande publicação do escritor, Les fleurs du mal, em 1857. A obra trazia erotismo e outros elementos considerados imorais na época e que impediram a publicação integral do