Charges
Pêcheux (1993), citando Althusser, diz que o assujeitamento “é o movimento de interpelação dos indivíduos por uma ideologia, condição necessária para que o indivíduo torne-se sujeito do seu discurso ao, livremente, submeter-se às condições de produção impostas pela ordem superior estabelecida, embora tenha a ilusão de autonomia”. Entendemos que a interpelação ideológica seja contingente, entretanto não acreditamos que os sujeitos estejam obrigados a submeterem-se às condições de produção impostas pelos aparelhos ideológicos. Prefiro acreditar na tese que ora defendo: a do “não-assujeitamento”1 e retomar Michel De Certeau
(1994), para confirmar que “é preciso interessar-se não pelos produtos culturais oferecidos no mercado dos bens, mas pelas operações dos seus usuários; é mister ocupar-se com as ‘maneiras diferentes de marcar socialmente o desvio operado num dado por uma prática”.
Para ler e/ou escrever textos, principalmente os que ora analiso, é necessária a percepção de pequenas diferenças onde tantos outros só vêem identidade e uniformização. Portanto, minha atenção está voltada para os jogos, as táticas, as estratégias, muitas vezes