CHAHIN, concepções progressistas e libertárias de educação
5393 palavras
22 páginas
EDF 5054 – REVOLUÇÃO FRANCESA COMO NARRATIVA DA EDUCAÇÃOSAMIRA BUENO CHAHIN – nºusp 3475058
PROF. CARLOTA BOTO
JANEIRO|11
Concepções progressistas e libertárias de educação: breve panorama sobre as idéias da pedagogia anarquista contrapostas ao ideal educativo apresentado por Rousseau para Emílio.1
RESUMO
Este texto discorre sobre as idéias libertárias operadas pelo pensamento do movimento anarquista a partir das obras de Proudhon e Bakunin contrapostas ao ideal educativo exposto por Rousseau no capítulo terceiro de Emílio ou da Educação. A finalidade do texto está em identificar características do projeto-político-pedagógico desenhado por esses pensadores de modo a traçar precedentes do tipo de organização social que estava implícito em cada uma das propostas e que orientem a identificação da idéia de cidade contida em cada um dos discursos sociais.
INTRODUÇÃO
O movimento anarquista desde o qual se organizou a chamada pedagogia libertária foi muito mais um conjunto de princípios geradores (GALLO, p.19) para a ação proletária que propriamente uma doutrina política pautada por uma unicidade ideológica. Os pensadores anarquistas partiam de um mesmo conjunto de premissas, entretanto desenvolviam o que seria a ação do movimento de formas diversas.
Ou seja, ainda que os fundamentos da autonomia individual, da autogestão social, do internacionalismo e da ação direta (GALLO, p. 20) fossem a base de todo o desenvolvimento teórico, cada um de seus pensadores organizou e estruturou seus próprios planos de ação política exaltando ou minimizando certos pontos sem que houvesse um consenso para além dos princípios geradores.
O dualismo opositivo operado pela vertente revolucionária e pela educacionista demonstra que a unicidade de pensamento é praticamente inexistente, ainda que as teorias tenham sido desencadeadas uma das outras. Em Bakunin, por exemplo, há uma afirmação da dialética hegeliana no trabalho da transformação social que, mesmo