Chacina da Candelaria
Essas pessoas são expostas diariamente a todo tipo de sorte, toda vulnerabilidade física constante que os maltrata e os agride de todas as formas, não apenas física como também moral. Para que os moradores de rua sejam reconhecidos como pessoas, com direitos e deveres, e não seja uma classe excluída a primeira etapa é a realização de um trabalho de construção de sua cidadania. Para que elas se sintam pessoas e não seres rejeitados e repugnados como frequentemente acontece.
Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, aproximadamente à meia-noite, vários carros pararam em frente à Igreja da Candelária. Logo após, os policiais abriram fogo contra mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado da chacina, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, mais tarde voltou aos noticiários quando se tornou o responsável pelo sequestro do ônibus 174.
A Chacina da Candelária se refere a um problema social, pois se trata da realidade de milhares de menores nas rua, que estão propicio a este tipo de crime frequente ocasionado pela discriminação.
Neste ponto, é imperioso constatar que entre os menores abandonados há inúmeros que já ingressaram no crime. Ainda há os que cresceram com todas as características de maioridade, mas sem registro de nascimento que possa prová-la. Ou seja, são literalmente criminosos sob o aspecto jurídico-penal: assaltantes, traficantes, ladrões de carros, de residências etc., mas permanecem denominados como “menores infratores”. Esses jovens são tão ou mais perigosos que os adultos: usam armas de fogo, matam com frieza e circulam livremente entre adultos e crianças.