Cesio
Na cidade de Goiânia, durante a ensolarada e calorenta tarde domingueira de 13 de setembro de 1987, dois sucateiros Roberto Santos Alves e Wagner Mota Pereira dirigiram-se às ruínas de um prédio situado entre as Avenidas Tocantins e Paranaíba, no centro da cidade, onde funcionara uma clínica de radioterapia, visando retirar do local um equipamento abandonado. Movia-os a possibilidade de utilizarem o chumbo que revestia o aparelho para vendê-lo como sucata a um dos ferros-velhos da cidade Recolheram uma de suas partes e, com a utilização de um carrinho de mão, levaram-na para a moradia de Roberto, no n0 68 da Rua 57, no Setor Central. No quintal da casa, usando ferramentas comuns, separaram a parte de chumbo do restante da peça, rompendo a janela de irídio que protegia a cápsula de césio 137, o que permitiu a liberação de radioatividade para o meio ambiente. Tinha início aí o acidente com o césio 137 em Goiânia.
A origem do acidente
O Instituto Goiano de Radioterapia (IGR) era um instituto privado, localizado na Avenida Paranaíba, no Centro de Goiânia. O equipamento que gerou a contaminação na cidade entrou em funcionamento em 1971, tendo sido desativado em 1985, quando o IGR deixou de operar no endereço mencionado. Com a mudança de localização, o equipamento de teleterapia foi abandonado no interior das antigas instalações. A maior parte das edificações pertencentes à clínica foi demolida, mas algumas salas - inclusive aquela em que se localizava o aparelho - foram mantidas em ruínas.[4] Houve onze mortes e 600 pessoas foram contaminadas.
A exposição à radiação
Tão logo expostas à presença do material radioativo, as pessoas em algumas horas começaram a desenvolver sintomas: náuseas, seguidas de tonturas, com vômitos e diarreias. Alarmados, os familiares dos contaminados foram inicialmente a drogarias procurar auxílio, alguns procuraram postos de saúde e foram encaminhados para hospitais.