Cerveja
Cervejas especiais respondem por 5% do mercado e fatia deve dobrar nos próximos cinco anos
RIO — Com ou sem alívio do governo, as empresas do setor cervejeiro não podem se dar o luxo de negligenciar os planos de crescimento. De acordo com dados da CervBrasil elas representam 1,7% do PIB do Brasil e são responsáveis por cerca de 1,7 milhão de empregos diretos e indiretos, cuja massa salarial é de R$ 16 bilhões. A demanda no Brasil tem aumentado nos últimos anos, mas ainda há muito espaço para crescer, calcula a entidade.
Segundo o diretor da associação, Paulo Macedo, o país é atualmente o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, com 13 bilhões de litros, tendo ultrapassado recentemente a Alemanha. Está atrás apenas de China (35 bilhões de litros) e EUA (25 bilhões de litros). É no consumo que os brasileiros ainda não se comparam ao resto. O país está em 24º no ranking per capita, com 65 litros - enquanto os alemães ficam no topo com 107 litros per capita, seguidos de perto pelos austríacos, com 106 litros per capita. Além de crescer, o consumo do brasileiro está se qualificando. As chamadas cervejas especiais — que reúnem, na visão da associação, as artesanais, as importadas e as industriais de categoria premium — ocupam hoje 5% do mercado, mas esse percentual deverá dobrar nos próximos cinco anos.
— Ainda assim, ficaremos longe de alguns vizinhos. Na Argentina, as especiais são 12% do mercado, na Venezuela são 15%. São países com realidades bastante semelhantes em alguns sentidos, em relação ao nosso, mas que desenvolveram hábitos completamente diferentes em relação a cerveja.
Para ele, este potencial do mercado brasileiro, com a renda em ascensão, é o principal fator a desencadear as mudanças vistas no cenário nos últimos anos, como a proliferação das cervejas artesanais, e a entrada de players internacionais como a holandesa Heineken e, mais recentemente, a japonesa Kirin - que comprou a