Cerrado - Economia e sustentabilidade
Pouco alterado até a década de 1950, o Cerrado vive atualmente forte descaracterização. O “jardim das árvores tortas” está se convertendo rapidamente em mares de soja, algodão, cana-de açúcar e eucalipto e em pastagens para crescentes rebanhos de gado.
Ameaçado pela exploração desordenada da fronteira agrícola, que já ocupa quase 50% da região, o Cerrado possui até agora menos de 2% de sua área protegida por unidades de conservação. Mais do que sua exuberante biodiversidade, a atual devastação põe em risco uma região que é o berço das águas das principais bacias hidrográficas brasileiras, além de base de sobrevivência cultural e material de um grande número de habitantes, que têm no uso de seus recursos a fonte de sua sobrevivência. Impressionados pela velocidade com que a paisagem do Cerrado vem se convertendo em pastagens e lavouras – atingindo 21 mil km² de desmatamento por ano – a sociedade brasileira e o governo estão revendo as estratégias de conservação para o bioma.
A região do Cerrado, com 205 milhões de hectares, transformou-se na principal área de produção de carne e grãos do Brasil (VILELA et al., 2001). No entanto, o monocultivo e outras práticas culturais inadequadas têm causado perda de produtividade, degradação do solo e dos recursos naturais (MACEDO, 2009). As causas possíveis para degradação das pastagens vão desde o manejo incorreto, processos erosivos por ações climáticas ou humanas, até a mudança natural da fertilidade do solo pela perda de nutrientes por exportação e/ou lixiviação.
A degradação do solo prejudica a produção agrícola, favorece o aparecimento de espécies espontâneas e diminui a cobertura vegetal, ocasionando erosão. Além disso, a não