cerco da lapa
A cidade da Lapa é hoje conhecida por ter sido palco de um dos mais importantes episódios da consolidação da República no Brasil. Trata-se do Cerco da Lapa, evento revolucionário, o maior e mais importante fato histórico do gênero, no estado do Paraná.
Após a Proclamação da República, em 1889, surgem desavenças em vários pontos do país, a exemplo de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O Marechal Deodoro renuncia e o vice-presidente, Marechal Floriano Peixoto, ocupa seu lugar, crente de que essas desavenças nas diferentes províncias cessariam naturalmente, o que não aconteceu.
A insurreição inicia no Rio Grande do Sul, em que revolucionários federalistas, seguidores de Silveira Martins, incitam uma guerra contra o governo de Floriano Peixoto. Para contê-la, unem-se os republicanos liderados por Júlio de Castilhos, por esse motivo chamados “castilhistas”. Não há uma causa incontestável para a revolução, mas três possibilidades: críticos do regime republicano, que ansiavam pela volta da monarquia; partidários do regime republicano, mas que queriam outro líder, que não Floriano Peixoto e aqueles que eram a favor de outras formas de governo, menos centralizadas, como o presidencialismo moderado ou o parlamentarismo republicano.
Gumercindo Saraiva, posterior líder da Revolta, que sitiou a Lapa, participou nas primeiras batalhas contra os castilhistas, em 1893, no Rio Grande do Sul. De lá, ele e suas tropas partiram para Santa Catarina e Paraná. Essa rota era obrigatória para atingir a então capital do Brasil, o Rio de Janeiro. Estava instaurada a guerra entre “maragatos”, federalistas contrários ao governo e “pica-paus”, os republicanos. Os federalistas receberam tal denominação porque eram oriundos de Maragateria, na Espanha. Eles usavam fitas vermelhas em que estava inscrito “Viva a Liberdade”. Já os pica-paus eram assim chamados pela semelhança de sua vestimenta, com divisas brancas e