“Cenários da reprodução no brasil”
Embora seja clara a diminuição expressiva na taxa de fecundidade, há todo um processo social por trás envolvendo muitos fatores. No período de 1940 a 1960, mais de 60% da população vivia em áreas rurais e a maior parte dos partos ocorria nos domicílios. Em 1965 surge a pílula anticoncepcional e a partir de 1970 o país vai-se urbanizando com 56% da população morando em cidades. Neste período ocorre um significativo declínio da taxa de fecundidade (em 24 %) em função de políticas governamentais de benefícios previdenciários de saúde, de crédito ao consumidor e de telecomunicações, além de mudanças no estilo de vida da população. Em 1980 a OMS estende o conceito global de saúde à área da reprodução e o debate em torno desta questão ganha acentuada amplitude. Em 1986 a PNDS revela que 70% das mulheres estão usando algum anticoncepcional e o crescimento populacional cai para 1.9%. A partir de 1990 o crescimento populacional passa a ser da ordem de 1.6% e os desdobramentos das conferências internacionais das Nações Unidas, em especial a Conferência do Cairo de 1994 acabam por contribuir para o rompimento de antigos paradigmas das metas demográficas vigentes e provocam um avanço na defesa dos direitos humanos.
A pesquisadora apresenta uma série de gráficos do Censo Demográfico de 2000 para ilustrar a questão da reprodução no Brasil e alguns aspectos em especial chamam a atenção como a taxa de fecundidade total ser inversamente proporcional ao rendimento mensal domiciliar e ao grau de instrução. Isso se deve ao fato de que as famílias com