CENTRALIDADE(S)
CENTRALIDADE(S)
O discurso dominante, tanto em 1996, como em 1973, se referia implicitamente à teoria dos lugares centrais e a uma sociologia espontânea e tradicional do espaço urbanizado. O espaço é organizado em torno do “centro das nossas cidades e dos nossos burgos” (os dois sempre estreitamente unidos como se os primeiros não fossem nada mais que a reprodução dos segundos em diversas escalas) com suas imutáveis referências ao coletivo (“patrimônio”), à memória (“comuna”1) à reunião (“lugar”), todas as qualificações supondo unidade. Se os equipamentos comerciais periféricos têm um papel motor na formação de polaridades muito atrativas, às vezes tende-se a falar um pouco rápido sobre novas centralidades2. A contração dos aparelhos do centro da cidade se afirmou bastante tarde no decorrer do desenvolvimento dos descontos não alimentares periféricos. O movimento é mais acentuado nas cidades médias, podendo atingir proporções que autorizam falar de depreciação3 em certos contextos, ligados à riqueza local e, particularmente, às políticas dirigidas no curso da primeira fase da reestruturação comercial ou em matéria de renovação da habitação. Uma das causas dessas disparidades associadas à hierarquia urbana se deve ao fato de que muitos dos “pontos comerciais” que prosperam nos centros das cidades se dedicam apenas às categorias de clientelas que têm meios de quitar suas dívidas e necessitam dos clientes das áreas de expansão ao redor de um departamento4 ou de uma região. No decorrer dos últimos anos, as clivagens espaciais e as especializações tocaram, de maneira muito sistemática, o estatuto das mercadorias. A imagem e o luxo continuam a preferir as implantações do centro da cidade, se possível no seio das mesmas ruas, as mais importantes. Acontece, no entanto, destes comércios serem levados a se deslocar. Outros autores, realmente,