Censura durante a Ditadura Brasileira

O GOLPE DE 1964 E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Em 1964, após o golpe militar que instaurou a ditadura no país, as artes e a imprensa brasileira tornaram-se alvo de diversas formas de censura instaladas pelo governo vigente.
Com a promulgação do AI-5, jornais, companhias de teatro, músicos e cineastas eram forçados a ter suas produções previamente analisadas por agentes do governo militar, que autorizariam (ou não) a publicação do conteúdo em questão ou "sugeriam" cortes e adaptações que suprimissem trechos que iam de encontro com os interesses do poder vigente. Tal expediente ficou conhecido como censura prévia.
Segundo depoimento do jornalista, escritor e pesquisador Zuenir Ventura à revista Mundo Estranho, cerca de 500 filmes, 450 peças, 200 livros e 500 letras de música sofreram censura durante o período em que o AI-5 esteve em vigor.

Imprensa
Na imprensa, as medidas de censura prévia atingiam desde periódicos de grande circulação, como O Estado de S. Paulo e Última Hora, até veículos alternativos, como "O Pasquim", surgido em 1969 e responsável por ditar novos rumos ao jornalismo brasileiro com grande dose de humor e anarquia.
Idealizado pelos jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral e pelos cartunistas Jaguar e Ziraldo, o tabloide tinha a irreverência como principal ferramenta de oposição à ditadura. Com uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, a publicação chegou a atingir a marca de 250 mil em seu auge, se tornando um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro. O sucesso do jornal se deveu principalmente à linguagem, que alcançava diferentes nichos no território nacional. Por sua importância no mercado da comunicação brasileira e sua posição contrária à ditadura militar, o tabloide foi um forte alvo dos censores. No final de 1970, a maior parte dos integrantes da redação do jornal foi presa.
Outros veículos da grande imprensa também sofreram com a censura. Jornais como o Estado de S. Paulo se utilizariam de recursos para indicar os espaços