Cenarios econom
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A EConomIa mUnDIal E A DO bRaSIl: CENÁRIOS PARA O TRIÊNIO 2008-2010
POR
JOSé PASChOAl rOSSetti
Poucos períodos da história econômica mundial registraram índices de desempenho tão favoráveis quanto os do último qüinqüênio, 2003-2007, seja pelas taxas de expansão do Produto Mundial Bruto (PMB), seja pelas escalas alcançadas em todos os mercados, reais e financeiros. Em 2007, o PMB superou a marca de US$ 50 trilhões – uma dimensão impensável na virada do século. Partindo dessa dimensão, uma variação positiva de 4% implica uma expansão absoluta de US$ 2 trilhões anuais e, em uma década, uma expansão geométrica acumulada de US$ 24 trilhões. Traduzindo: em um ano, a economia mundial, com expansão de 4%, cresce o equivalente a mais um Brasil; em dez anos, a essa mesma taxa, a economia global passa a ter mais duas economias do tamanho da dos Estados Unidos. Ou, até 2020, um Nafta, uma Europa e uma Ásia somados. As correntes mundiais do comércio já, há três anos, superaram a marca dos US$ 10 trilhões e, em 2007, aproximaram-se de US$ 15 trilhões, muito perto de um terço do PMB. Como essas
correntes crescem a uma taxa duas vezes superior à do PMB, a relação entre esses dois indicadores aumenta ano a ano, indicando maiores graus de abertura e de integração dos mercados mundiais, sem precedentes históricos. Números igualmente impressionantes têm sido observados na formação bruta de capital fixo. Os investimentos mundiais são da ordem de 23,5% do PMB. Em termos absolutos, isso equivale a US$ 11,9 trilhões anuais, ou US$ 32,1 bilhões a cada dia corrido ou, ainda, a US$ 1,3 bilhão a cada hora. Jamais as inversões em capital fixo, para fins produtivos, atingiram níveis próximos a esses. Eles indicam um dinamismo nunca antes visto, que se estende a todos os ramos de produção, em vasos comunicantes que deságuam em movimentos expansionistas “assustadores”. Tudo isso acompanhado por níveis de liquidez também sem