Cemitérios - historicidade
No século XIX eram muitos os problemas graves e urgentes enfrentados pelas cidades. O aspecto sanitário era um deles, como a precariedade dos hospitais, a não existência de cemitérios, os enterros, as prisões, etc.
Naquele tempo era costume se enterrar os mortos nas igrejas. Mas isso apresentava graves inconvenientes sanitários, sobretudo nas cidades onde a população crescia e assim diminuía a oferta disponível de sepulturas.
Nas igrejas, nos conventos e nas capelas particulares, sepultavam-se os mortos da nobreza rural e da burguesia urbana. Não se usava caixões e o defunto era envolto numa mortalha e conduzido em uma padiola. Havia dois horários para os enterros, pela manhã e à tarde, e durante esses horários diariamente as igrejas tocavam os sinos com o dobre continuado e monótono de finados, o que provocava mal estar e reclamação da população,
Também no século passado, os recifences adotavam extenso e espalhafatoso cerimonial nos sepultamentos. Era costume enterros à noite, unicamente porque esse horário possibilitava uma encenação bem mais dramática do que seria possível de dia. O objetivo maior desse ritual era chamar atenção dos vivos para a riqueza do morto. Quanto mais rico o defunto, mais aparato e fausto. O enterro era feito em forma de procissão, tudo em meio a tochas e archotes acessos e os acompanhantes faziam recitações em voz alta. Nunca se via um enterro de dia, porque a noite permitia uma grande ostentação.
Mas essa ostentação não tinha nada a ver com os aspectos sanitários dos enterros, pois os mortos eram colocados em catacumbas dentro das igrejas, as quais na maioria das vezes só era fechada dias depois. Não havia também,prazo determinado para se ficar com o defunto em casa e assim era comum que os mortos exalassem muito mau cheiro. As vezes os defuntos chegavam a tal estado de decomposição que dos corpos "dos cadáveres escorriam líquidos corrompidos que vão caindo por todo o caminho".
Apesar dos grandes males sanitários