Celestin Freinet
Freinet mesmo reconhece no educador belga Ovide Decroly (1871–1932) um antecessor do uso do jornal escolar no processo educativo.
Porém, é com Freinet que a proposta do jornal escola ganha amplitude e coerência, integrada como peça fundamental de um pensamento pedagógico. Por isso ele constitui a principal referência teórica para quem trabalha com jornal escolar.
Em 1924 Freinet introduz na sua prática a técnica da impressão (tipografia). Seus alunos passam a produzir textos compostos por eles mesmos, que são posteriormente enviados a outras escolas, dentro de um processo de intercâmbio de produções. Essa prática foi sistematizada em 1967 no livro "O Jornal Escolar", que constitui uma referência ainda hoje.
O jornal escolar é um suporte de uma experiência de vida da criança, que se mobiliza interiormente para comunicar. O jornal e cada um dos textos e desenhos publicados é uma "obra", um trabalho coletivo. Nesse engajamento, a criança mobiliza seu julgamento e criatividade. Ela constrói, assim, sua autonomia.
Quem era Freinet
Freinet era uma pessoa com ideais socialistas. Quando inicia sua prática como professor substituto, na pequena escola rural de Bar-Sur-Loup, fica indignado com o autoritarismo do sistema e sua incapacidade de entender as necessidades e o potencial das crianças.
A base do seu pensamento é o naturalismo – isto é, o respeito pela criança, na sua especificidade, como orientação primeira da educação – e a visão social que se manifesta pelo interesse na vida das crianças (sua cultura), pela valorização do trabalho – no sentido de "obra", de produção que engaja a energia criativa do indivíduo, sendo, portanto, libertador – e pela promoção do espírito cooperativo.
O pensamento de Freinet é profundamente intuitivo. A partir de princípios básicos é