Celestin freinet
Introdução
O pedagogo francês Célestin Freinet (1896-1966) foi um grande educador popular e um inovador que conseguiu a façanha de ser expulso do Partido Comunista e do sistema público de ensino francês, apesar dos excelentes resultados educativos de seus métodos. Com certeza, sua paixão pelo diálogo com as crianças e a aversão a qualquer forma de autoritarismo e de “didatismo" não angariaram muita simpatia para esse comunista convicto junto aos burocratas. diferencia-se da maioria dos outros importantes pensadores e teóricos da educação por ter sido ele mesmo um professor primário que atuou em sala de aula por quase toda a sua vida (Freinet 1975:17). Muitos dos conceitos e atividades escolares idealizados pelo pedagogo francês se tornaram tão difundidos que há educadores que os utilizam sem nunca ter ouvido falar no autor. É o caso das aulas-passeio (ou estudos de campo), dos cantinhos pedagógicos e da troca de correspondência entre escolas. Não é necessário conhecer a fundo a obra de Freinet para fazer bom uso desses recursos, mas entender a teoria que motivou sua criação deverá possibilitar sua aplicação integrada e torná-los mais férteis. Freinet se inscreve, historicamente, entre os educadores identificados com a corrente da Escola Nova, que, nas primeiras décadas do século 20, se insurgiu contra o ensino tradicionalista, centrado no professor e na cultura enciclopédica, propondo em seu lugar uma educação ativa em torno do aluno. O pedagogo francês somou ao ideário dos escolanovistas uma visão marxista e popular tanto da organização da rede de ensino como do aprendizado em si. "Freinet sempre acreditou que é preciso transformar a escola por dentro, pois é exatamente ali que se manifestam às contradições sociais", diz Rosa Maria Whitaker Sampaio, coordenadora do pólo São Paulo da Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna (Fimem), que congrega seguidores de Freinet. A medida da independência do