Ceifeira
“Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia / De alegre e anónima viuvez” Na segunda parte, o sujeito lírico exprime a sua emoção em relação ao canto da ceifeira.
“O que em mim sente 'stá pensando”
“ Ter a tua alegre inconsciência” Ceifeira:
. “pobre” e duma “anónima viuvez”
. Julga-se “feliz”
. Símbolo de harmonia, inconsciência e tranquilidade.
. Canta
. incerta voz
. Alegre inconsciência
“ E canta como se tivesse / Mais razões para cantar que a vida”.
O Canto:
. Era suave, “ondula como um canto de ave”( a voz)
. “Alegre” porque talvez ela se julgasse feliz, mas ela era “pobre” e a sua voz “cheia de anónima viuvez”.
. Inconsciente -a ceifeira canta “como se tivesse… razões para cantar”. Não as tem.
. Encanta e prende o poeta
Desejos e estado de espírito do sujeito Poético
. Deseja ser ela
. Desejava a inconsciência da ceifeira por ser (para ela) a única causa da sua alegria.
. O poeta é incapaz de permanecer ao nível das sensações, transforma-as de imediato em ideias
Dor de pensar
. O poeta sente a “dor de pensar” e deseja libertar-se dela
. Dor de pensar é um factor que invade a mente do poeta e o impede de viver plenamente a vida, ou seja, a extensão dos seus sentimentos é constantemente diminuída pela vastidão do seu pensamento
. “Pensa que a vida só vale a pena ser vivida quando vivida sem pensamento”
. “Mais feliz é aquele que vive na ignorância”
“Ah, poder ser tu, sendo eu! / Ter a tua alegre inconsciência, / E a consciência disso!”.
Esta composição poética pode ser dividida em duas parte lógicas. Na primeira parte, constituída pelas três primeiras estrofes, o poeta descreve a ceifeira e sobretudo o seu canto, canto instintivamente alegre. Esta descrição seria objectiva, se o poeta não introduzisse aqui a sua perpectiva: o canto da ceifeira era “alegre” porque talvez ela se julgasse feliz, mas ela era “pobre” e a sua” voz cheia de anónima viuvez”. Por isso,