CEDECA
ADOLESCENTES NO ESTADO DA BAHIA
Yves de Roussan
Oficial do Unicef, articulador político na construção do CEDECA Bahia (in menorium)
Data: 1992
1.
D0 GRANDE S0NH0 Á LUTA SETORIAL: PR0M0ÇÃ0 E DEFESA
DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
A
violência contra crianças e adolescentes é um fenômeno mundial, não é uma aberração produzida pela sociedade brasileira. Fenômeno mundial, na medida em que ela se encontra em todas as sociedades humanas. Não se refere a uma onda, tais os períodos conservadores, revolucionários, religiosos ou outros que caracterizam o desenvolvimento de uma sociedade humana mundial. Visível ou invisível, ela está presente em todos os momentos e em quase todos os lugares.
Tema de uma infinita complexidade, pouco abordada pelos cientistas na perspectiva de uma integração dos conhecimentos das diferentes disciplinas, a violência é ampliada das mais diversas maneiras, desde explicações estruturais ligadas a modelos de desenvolvimento ou sistemas políticos, fontes ligadas á própria natureza do homem ou explicações decorrendo do uso da psicologia ou de fatores conjunturais, conseqüências de cataclismos produzidos pelos homens ou a natureza. Decorrem também varias definições, cada uma tendo uma base lógica e crível.
Às próprias definições mudam também dependendo da época, dos instrumentos intelectuais de percepção da realidade e do consenso sobre o errado e o certo, mau e bom, aceitável ou não, desejável ou condenável. A violência, nesse sentido, é um produto histórico, em constante transformação seja individual, familiar ou social. 0 professor ou o pai que hoje usa de violência física para ser obedecido é passível de condenação pelos tribunais. Há apenas uma geração era um método saudável de educação.
0 Estado que não cumpre seu dever de fornecer os serviços básicos previstos na sua Constituição, pode ser acionado na justiça. Antes do desenvolvimento do Estado Providência, a