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“E a morte, o destino, tudo
A morte, o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo pra consertar...”
Geraldo Vandré – Disparada
Resumo: Esse artigo trata de temas constituintes da esquerda católica brasileira. No percurso de sua escrita, espera-se oferecer elementos que contribuam para a compreensão de um dos grandes eventos da recente história religiosa e política do Brasil.
Palavras-chave: Esquerda Católica, Religião e Política.
É um hábito um tanto comum entre estudiosos fazer notar que o seu tema de investigação tenha recebido pouca ou nenhuma atenção dos seus pares. Também costumam ser queixosos de inadequada operosidade metodológica ou conceitual. Jorge Ferreira, por exemplo, na introdução de um importante livro de crítica e debate sobre o populismo como categoria explicativa, afirma que a história política brasileira entre 1945 e 1964 ainda está para ser escrita. Ele lamenta que a noção de populismo tenha se tornado por demasiado ampla e, “de certo modo, a-histórica”, explicando tudo e, por
Revista Nures | Ano VII | Número 18 | Maio-agosto de 2011
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isso, explicando muito pouco (FERREIRA, 2001, p. 13). Algumas importantes perguntas não foram adequadamente respondidas pelos trabalhos que reputam como populista o período da república brasileira compreendido entre 1930, com a perda do poder por parte das elites liberais, e 1964, com o golpe civil-militar de Estado, promovido por essa mesma elite liberal.
No caso dos estudos da religião no Brasil, observamos um movimento intelectual de jovens doutores, sobretudo, e de formandos em programas de mestrado e doutorado, na direção de estudos que envolvem, com maior vagar e densidade, a religião como estruturadora de um modo de estar no mundo cujos impactos vão para além dos ambientes políticos conservadores. Vale dizer que esses pesquisadores estão encontrando lugares acadêmicos relevantes
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