Caçada da Rainha
Inicialmente este projeto de pesquisa partiu de uma curiosidade, de adentrar no universo da expressividade da Caçada da Rainha que acontece na cidade de Alto-Paraíso-GO. Como estudante que integra o projeto de extensão: Teatro e expressões artísticas na Chapada dos Veadeiros, coordenado pelo professor Jonas Sales do departamento de Artes Cênicas da UnB e que integra as atividades do Centro UnB Cerrado, viajo constantemente para cidade em evidência. Sempre ouvi comentários sobre a festa da Caçada da rainha, o que me despertou a curiosidade de saber que acontecimento é esse que mobiliza a cidade no período de seu festejo. Alto Paraíso- GO é uma cidade rodeada de mistérios na qual seus habitantes sabem gerar fomento às suas histórias e mitos, um lugar onde o que é inventado influencia a realidade local.
Após ter adentrado no universo dessa tradição, consegui compreender através da festa da Caçada da Rainha aspectos de como essa comunidade se relaciona com sua cultura. Embasada na perspectiva de Marshall Sahlins (1930) no artigo: O "pessimismo sentimental" e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um "objeto" em via de extinção; percebi que o evento está relacionado à cultura em sua característica móvel, reforçando a capacidade humana de recriar sua história. Sendo que: “a cultura muda de acordo com o contexto da época, não é estática, possui natureza dinâmica”. (SAHLINS:05,1997). A forma como a festa foi construída e vêm sendo transformada dialoga com os desejos em que estão contextualizadas as pessoas dessa cidade, como por exemplo, a reflexão sobre uma identidade local.
O objetivo da pesquisa é traçar um panorama estético e cultural da festa da Caçada da Rainha, de forma que através desse, haja a possibilidade de desenvolver processos em que favoreça diálogos dos cidadãos de Alto Paraíso com a produção de sua cultura. Para enriquecer essa conversa, vou abordar termos como “tradição inventada”,