Cavalo Marinho
O cavalo-marinho é uma variante independente do bumba-meu-boi presente principalmente na mata norte de
Pernambuco e no Estado da Paraíba. Possui a mesma estrutura de algumas figuras principais do boi-de-reis, com cantos e danças diferentes embora contando com o mesmo apelo dramático, o que lhe permite ser um folguedo único e autêntico. Os participantes em sua maioria são homens que geralmente se apresentam mascarados e usam armações para melhor contextualizar as personagens. Nas últimas décadas, o número de mulheres brincantes cresceu expressivamente acabando o mito de que era uma manifestação exclusivamente masculina. A apresentação desse brinquedo é acompanhada por uma orquestra composta por instrumentos como rabeca, pandeiro, ganzá, reco-reco (baje). Os personagens que compõem a encenação dividem-se em três categorias: figuras humanas, fantásticas e animais. A figura central é o Capitão, que ao montar no cavalo torna – se CapitãoMarinho, representando o proprietário da terra, senhor local. Vestindo-se de modo imponente, usa chapéu estilo quepe, casaco com enfeites dourados e dragonas nos ombros, o que lhe confere status. Quanto ao cavalo, após montado pelo Capitão passa a chamar-se Cavalo-Marinho, o qual no imaginário popular tem a crina e a cauda em fios de ouro.
Outros personagens abrilhantam a festa: Mateus (representando um negro em busca de trabalho), Bastião
(pareia de Mateus, trajado com roupas sujas e portando uma bexiga de boi para bater nos seus inimigos),
Catirina (esposa de Mateus e amante de Bastião) e, ainda, o Doutor e o Vaqueiro. Entre as figuras fantásticas e animais, estão o Caboclo de Arubá, o Parece-mas-não-é, o Boi, a Burra Calu e o Cavalo, além