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Causa Operária O problema não é a liberdade de expressão
O problema não é a liberdade de expressão Diante do atentado contra o jornal francês Charlie Hebdo, o imperialismo e seus lacaios nos países atrasados transformaram o caso em um problema de atentado contra a liberdade de expressão. Ou seja, os supostos terroristas islâmicos seriam uma ameaça à liberdade de expressão porque resolveram suas divergências com o jornal, que havia publicado inúmeras charges ofensivas contra sua religião, na base da força.
Curiosamente, em meio a essa enorme campanha, o Ministério Público francês abriu um processo contra um comediante desse país, Dieudonné M’bala M’bala, que foi detido na quartafeira, 14, por “apologia ao terrorismo”.
Em sua página no facebook , Dieudonné escreveu que se sentia “Charlie Coulibaly”, associando a expressão “Je suis Charlie”, mote da campanha em defesa do jornal Charlie
Hebdo, ao nome de um dos que participaram do ataque, Amedy Coulibaly, morto numa ação policial quando ocupava um mercado judeu.
Em janeiro do ano passado, Dieudonné teve vários de seus espetáculos proibidos na França, devido ao conteúdo “antissemita”. Ele já foi condenado sete vezes por motivos semelhantes, como “incitação ao ódio”.
Enquanto em relação ao Charlie Hebdo, as autoridades europeias se reuniram para condenar o ataque e fazer campanha supostamente em defesa da liberdade de expressão, condenando os “bárbaros” islâmicos e sua “intolerância”, sua atitude em relação a Dieudonné é, essa sim, de verdadeiro ataque à liberdade de expressão feito não por indivíduos isolados, mas pelo poderoso aparelho judicialpolicial do Estado imperialista francês.
Manuel Valls, atual primeiroministro da França, chegou a declarar sobre o humorista que o país “não pode tolerar o ódio contra os demais, o racismo, o antissemitismo, o negacionismo”. Para o primeiroministro, Dieudonné não é um comediante, mas “um antissemita e um racista”. O cinismo é impar, para Valls, os virulentos