Cauda longa
O MUNDO QUE A PRATELEIRA CRIOU, PARA O BEM OU PARA O MAL
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Os hits, queiramos ou não, chegaram para ficar. O mesmo se aplica às lojas de varejo, com espaço de prateleira limitado, às redes de broadeast e a outras manifestações da economia da escassez. Apesar de todo o crescimento dos mercados online, eles ainda representam menos de 10% de todo o varejo americano, mal tendo ultrapassado as compras por catálogo. Mesmo os maiores entusiastas não esperam que superem 20% dos gastos de consumo ainda por algumas décadas. Não se trata apenas da gratificação instantânea e das vantagens tácteis do tijolo e argamassa. Somos uma espécie gregária e, às vezes, gostamos de fazer certas coisas com outras pessoas. Sentimos conforto nos grupos e as experiências compartilhadas nos tornam mais próximos. Essa é a razão por que a forma desigual das leis de potência é inevitável. Os mercados de Cauda Longa tendem a ser um pouco mais achatados que os mercados tradicionais, mas eles ainda têm suas fatias de arrasa-quarteirões. A cada maneira como diferimos uns dos outros, sempre correspondem mais aspectos em que somos semelhantes. Essa característica não é só inevitável, mas é, efetivamente, essencial para desencadear os fluxos de recomendações e outros filtros que impulsionam os mercados on-line. Neste capítulo, retornaremos ao lado esquerdo da lei de potência, a terra das listas das pessoas e coisas mais admiradas. Analisaremos as virtudes e os custos das prateleiras, assim como das tecnologias de broadcast e da máquina de sucesso de Hollywood. Comecemos com suas vantagens. E possível que os hits não mais dominem a sociedade e o comércio tanto quanto no século passado, mais ainda exercerão impacto inigualável. E, em parte, isso se explica por sua capacidade de atuar como fonte de cultura comum, em torno da qual se constituem os mercados mais estreitos. Os agregadores de Cauda Longa bem-sucedidos precisam dispor de hits e de nichos. Devem explorar todo o espectro de