CATOLICISMO E CAPITALISMO
Por: FRED CAMMER, Ucanews
A doutrina social católica reconhece o valor do mercado e da empresa, mas aponta que estes precisam de ser orientados para o bem comum.
No desenvolvimento do pensamento social católico moderno, começando com a Rerum Novarum, em 1891, há uma mudança de uma aparente «aceitação», sem o aval formal, do capitalismo pelo Papa Leão XIII, no início deste período. Esta aceitação inicial é gradualmente alterada pelas dúvidas de Pio XI, pelo reconhecimento de Pio XII da ligação do capitalismo ao egoísmo, e a chamada de João XXIII para a sua reforma. Paulo VI, em seguida, parece assumir uma postura de maior neutralidade tanto face ao capitalismo como ao comunismo, permitindo a afirmação da Igreja local do bem e a crítica do mal numa pluralidade de modelos económicos e políticos que operam em situações locais.
O Papa João Paulo II, nos seus escritos iniciais, tenta afastar a Igreja das escolas políticas e económicas dominantes tanto de Leste como do Ocidente. Ele critica duramente as ideologias subjacentes tanto ao capitalismo liberal como ao coletivismo marxista e do mal devastador e destrutivo da sua interação.
Depois, na Centesimus Annus (1991), o Papa João Paulo II reflete quer sobre o socialismo quer sobre o liberalismo, à luz da queda da URSS e da dominação do capitalismo no cenário mundial... Virando-se para o capitalismo e no contexto de afirmação da eficiência do «mercado livre», João Paulo escreve: «Vimos que é inaceitável dizer que a derrota do chamado “socialismo real” deixa o capitalismo como o único modelo de organização económica. É necessário quebrar as barreiras e os monopólios que deixam tantas pessoas à margem do desenvolvimento e facultar a todos os indivíduos e nações as condições básicas que lhes permitam participar no desenvolvimento.» Mais uma vez, ele pergunta se «o capitalismo deve ser o objetivo dos países que fazem agora os esforços para reconstruir a sua economia e sociedade».
A resposta de