Catedral Salvador
A cidade de Salvador foi fundada em 1536 quando o primeiro donatário português,
Francisco Pereira Coutinho chegou à região ao receber a capitania do rei Dom João III. Os índios não gostavam da gestão de Coutinho e o expulsaram do território. Em 1549, outra frota chegou chefiada por Tomé de Souza, com a missão do rei de formar uma cidade fortaleza, “São Salvador”. A cidade já nasceu como um polo importante do Brasil e foi por anos a maior cidade da América e rapidamente se tornou o principal e mais importante centro da indústria açucareira e do comércio de escravos.
A cidade foi fortemente influenciada pelo catolicismo, se tornando a primeira sede do bispado católico do Brasil, em 1552. Quando os jesuítas1 chegaram a Salvador, em 1549, fundaram uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Ajuda, dentro dos muros da cidade. Alguns anos depois receberam a doação de um terreno fora dos muros. Assim, em
1550 foi fundado o Colégio dos Jesuitas com sua capela, todos ainda em taipa. Coube a
Mem de Sá2 a construção de um templo em alvenaria.
No final do século XVII e início do XVIII a produção de igrejas jesuíticas caiu em comparação ao século XVI e início do XVII em Portugal e em suas colônias. As grandes igrejas da Companhia em Salvador (1672) e em Belém do Pará (1719) são, juntamente com a igreja de Santarém [ver imagem 1] em Portugal, os mais importantes monumentos de todo o mundo lusitano naquele período. A Catedral é a quarta edificação a ser erguida no mesmo local. Com projeto de autoria incerta, sua pedra fundamental foi lançada em 1657 e foi inaugurada e consagrada em 1672.
Com grandes proporções (58 por 27 metros), é a mais importante estrutura seiscentista3 que ainda existe no Brasil. Certamente o projeto deve ter sido feito por um português, tendo em vista os precedentes e paralelos oferecidos pelas igrejas jesuíticas de
Portugal quanto ao desenho da fachada e organização interna. Exerceu grande influência em igrejas construídas