CATARSE DE INTEGRAÇÃO
CATARSE DE INTEGRAÇÃO
Nas religiões pagãs, como a grega, chamava-se catarse à purificação ritual do homem, a quem considerava impuro por haver transgredido algum preceito religioso ou moral.
O termo catarse provém do grego e foi inicialmente utilizado por Aristóteles.
A catarse de Aristóteles expresaba o efeito peculiar, exercido pelo teatro grego, sobre os seus espectadores, ao excitar astisticamente certas emoções que agem como uma espécie de alívio ou descarga de suas próprias paixões egoístas.
Para Moreno, o psicodrama produz um efeito terapêutico não no espectador (catarse secundária), mas nos atores-produtores que criam o drama e, ao mesmo tempo, se libertam dele. Para tal seguiu dois caminhos:
1) GREGOS: foi o que levou do teatro grego ao teatro convencional de hoje, implicando a aceitação universal do conceito aristotélico de catarse (catarse passiva, localizada no espectador). O processo de realização de um papel tinha lugar num objeto, numa pessoa simbólica no palco.
2) HEBREUS: partiu das religiões do oriente. Catarse ativa, localizada no ator, tornando-se a sua vida real, o palco. No conceito religioso o processo de realização tinha lugar no sujeito, na pessoa viva, que estava buscando a catarse.
Esses dois caminhos foram sintetizados pelo conceito psicodramático de catarse. Dos antigos gregos foi conservado o drama e o palco, dos hebreus aceitamos a catarse do ator. O espectador converteu-se ele próprio em ator.
O termo catarse é freqüentemente entendido na acepção dada a ele por Breuer e Freud, algo que estava sendo contido pelo paciente sai deste e o indivíduo fica limpo. Moreno considera que este tipo de catarse é somente um passo prévio para a produção da Catarse de Integração. Nesta, o que sai é o próprio paciente e, ao sair de algo que o continha, realiza seu Eu, expressa-se, estabelece contato com os demais integrantes da situação psicodramática, na experiência vivida